
A Unificação Alemã
A Unificação Alemã foi um processo iniciado em meados do século XIX e finalizado no ano de 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro-ministro prussiano Otto von Bismarck, conhecido como chanceler de ferro, e iniciou a formação do segundo reich (Império) alemão.

Mapa da Unificação Alemã.
O espaço territorial alemão na segunda metade do século XIX era formado por diferentes reinos, ducados ou até mesmo cidades livres. Toda essa região sofria grande influência das duas principais potências de língua alemã da região: a Áustria e a Prússia. O território alemão vivia basicamente numa estrutura feudal, havia apenas dois fatores que influenciaram no desejo da unificação: o fato de todos falarem uma mesma língua e terem a mesma base cultural. Membro da aristocracia alemã e também favorável a uma monarquia centralizada, Bismarck realizou uma política de aliança dos junkers (grandes proprietários e aristocratas) com a alta burguesia, intensificou a integração dos Estados alemães além de modernizar o exército. Utilizando-se da estratégia de exaltação do espírito nacionalista, criou uma política de guerras contra inimigos externos, o que auxiliou na expansão do território prussiano germânico.

Otto Von Bismarck, Chanceler alemã no período da Unificação Alemã.
Em um período de sete anos, três guerras de destaque foram decisivas para a unificação dos Estados germânicos: A Guerra dos Ducados (1864) , a Guerra Austro-Prussiana (1866) e a Guerra Franco Prussiana (1870-1871).

Guerra Franco-Prussiana
Com a Unificação da Alemanha a Europa passou por um novo período de tensões, pois rapidamente os alemães tornaram-se uma potência econômica e militar, exigindo dos países colonialistas ( Inglaterra e França ) colônias na África e na Ásia. Toda esta tensão gerada pela Alemanha, além de um sentimento de revanchismo por parte dos franceses, que foram humilhados na guerra franco -prussiana levou a Europa a Primeira Guerra Mundial.

Proclamação do Segundo Império Alemão.
A unificação da Itália
Na primeira fase do Risorgimento (1848-1849), desenvolveram-se vários movimentos revolucionários e uma guerra contra a Áustria, mas teve seu fim sem conseguir a unificação do território, a segunda fase, em 1859 -1860, levou muito adiante o processo de unificação e se concluiu com a declaração do Reino da Itália. A unificação completou-se com a anexação de Roma, capital dos Estados Pontifícios, em 1870.

Mapa da Unificação Italiana
O Rei Vitor Emanuel II liderou o processo de unificação da Itália, mostrou coragem ao rejeitar as imposições da Áustria, tornou-se um herói para seu povo, atraindo vários partidários de idéias unificadoras. Seu reino crescia a cada dia em população e progresso, tornando-se o centro do movimento nacionalista. Ele e Napoleão III da França reuniram secretamente em 1858 e a França se comprometeu a apoiar o Reino Sardo-Piemontês em caso de invasão austríaca. Os austríacos invadiram o Piemonte- Sardenha em 1859, o que determinou a entrada da França na guerra. Também, a partir do Sul, voluntários aderiram à guerra sob a liderança de Giuseppe Garibaldi, um dos líderes do movimento de unificação do país.

Giuseppe Garibaldi
A unificação da itália ainda não se havia completado. Algumas províncias, continuavam sob domínio austríaco, nessas regiões, irrompeu um movimento de caráter nacionalista ao final da Primeira Guerra Mundial, partes dessas regiões foram incorporadas à Itália.
Os Estados Unidos no século XIX
Com a Constituição e a eleição de George Washington (1789-1797), os Estados Unidos lançaram um programa para desenvolver as bases econômicas do país. Assim, a economia passou a crescer de forma acelerada e as elites capitalistas aumentavam seus mercados. A população norte-americana crescia continuamente, mas os 5 milhões de habitantes (no início do século XIX) ocupavam a costa leste americana. Com o objetivo de ocupar melhor o território e transformar os EUA em um “grande país”, o governo passou a incentivar uma expansão territorial rumo à costa Oeste. A chegada de imigrantes europeus, em busca de melhores condições de vida e interessados em terras para trabalhar, ajudou na expansão e a população rapidamente atingiu os 7,2 milhões de habitantes. A fim de incentivar ainda mais a imigração, o governo americano oferecia terras, até então pertencentes aos indígenas, a preços muito baixos. Os EUA empenharam-se em divulgar a doutrina do “Destino Manifesto”, que afirmava ser o país e seus povoadores escolhidos por Deus para ocupar as terras entre os Oceanos Atlântico e Pacífico e construir uma próspera civilização.

Essa expansão provocou conflitos sangrentos contra os indígenas que habitavam o Oeste,eles tentaram defender suas terras e sua cultura, mas foram derrotados diante da superioridade militar e das doenças transmitidas pelos brancos. Outra forma utilizada pelos EUA para se expandir foi a anexação de territórios sob domínio de outros países. Esta anexação se deu através de três recursos: a compra, a cessão diplomática e a guerra. Foram comprados os estados da Louisiana (1803), da França; A Flórida (1819) da Espanha e o Alasca (1867) da Rússia. Pela diplomacia, o Oregon foi cedido pela Inglaterra em 1846. Porém, foi através da guerra contra o México que os Estados Unidos deram um grande salto territorial. Foram anexados do México os atuais estados do Texas, da Califórnia, de Nevada, do Arizona, de Utah, do Colorado e do Novo México. Em 1848, ano do fim da Guerra contra o México, foi descoberto ouro na Califórnia. A notícia provocou uma enorme corrida para os estados recém-anexados, acelerando o aumento populacional da região, o que incentivou a construção das primeiras estradas de ferro ligando as duas costas norte americanas.
A Guerra de Secessão
Em meados do século XIX, as perspectivas econômicas dos Estados Unidos eram as melhores possíveis, com a expansão e o aumento populacional, o mercado interno aumentou significativamente. Mas não havia concordância em relação ao projeto a ser aplicado. O nordeste do país era formado por uma rica burguesia industrial e por uma classe operária forte e bem organizada, enquanto o sul e sudeste eram representados por uma elite rural que havia ampliado seu poder e explorava a escravidão negra. Diante desse impasse, os industriais do norte, conscientes das possibilidades econômicas, passaram a pressionar em favor da abolição da escravidão. Nesse contexto, tem início a Guerra de Secessão (1861-1865).
Sentindo-se pressionados, sete estados do sul rompem com os Estados Unidos e formam os Estados Confederados da América, presididos por Jefferson Davis. Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, não reconhece o rompimento e declarou guerra para reincorporá-los.

Divisão dos Estados durante a Guerra Civil.
O sul conseguiu boas vitórias no início, mas a superioridade militar do norte foi decisiva no decorrer da guerra. Proclamada a abolição, em 1863, os ex-escravos apoiaram os exércitos do norte e, ainda nesse ano, o sul foi derrotado na Batalha de Gettysburg.

Mas foi somente em 1865 que a guerra teve fim com a rendição completa do exército sulista. Nesse mesmo ano, Abraham Lincoln foi assassinado em um teatro em Washington. A paz não encerrou os ressentimentos e os negros foram perseguidos em vários estados do sul. Algumas organizações racistas, como a Ku-Klux-Klan, foram criadas com o objetivo de perseguir, torturar e matar negros.
Fonte: Texto adaptado de: https://educacao.globo.com/historia/assunto/liberalismo-no-ocidente/os-eua-no-seculo-xix.html