O Império Napoleônico

O Império Napoleônico

O governo do Diretório foi derrubado na França sob o comando de Napoleão, que, junto com a burguesia, instituiu o "consulado", primeira fase do governo de Napoleão. Este golpe ficou conhecido como 'Golpe 18 de Brumário'  em 1799. O fim do processo revolucionário na França, com o Golpe 18 de Brumário, marcou o início de um novo período na história francesa, e conseqüentemente, da Europa: a Era Napoleônica.

O Consulado ( 1799 a 1804)

O governo do consulado de Napoleão foi instalado após a queda do Directório. O consulado possuía características republicanas, além de ser centralizado e controlado por militares. No poder Executivo, três pessoas eram responsáveis: os cônsules Roger Ducos, Emmanuel Sieyés e o próprio Napoleão. Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais tinha influência e poder no Executivo era Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.

Quem estava no centro do poder na época do consulado era a burguesia (os industriais, os financistas, comerciantes), e consolidaram-se como o grupo dirigente na França. Os ideais "liberdade, igualdade, fraternidade" da época da Revolução Francesa foram abandonados, e através de forte censura à imprensa e a ação violenta dos órgãos policiais, a oposição ao governo foi desmanchada.

Reforma dos setores do governo francês

Durante o período do consulado, uma recuperação econômica, jurídica e administrativa ocorreu em França. Napoleão realizou diversos feitos em áreas diferentes durante este período.

Na economia, criou o Banco da França, controlando a emissão de moedas, e reduzindo a inflação. As tarifas impostas eram proteccionistas (ou seja, com aumento de impostos para a importação de produtos estrangeiros), o resultado geral foi uma França com comércio e indústria fortalecidos, A religião foi usada como instrumento de poder político, Napoleão assinou um acordo, a Concordata (1801), entre a Igreja Católica e o Estado.

O acordo, sob aprovação do papa, dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero. Criou o código civil, este representava em grande parte os interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei. A educação foi reorganizada dando prioridade  a formação do cidadão francês. A educação pública foi reconhecida como importante meio de formação das pessoas, principalmente nos aspectos do comportamento moral, político e social. Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio dela, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício em 1802, podendo indicar seu sucessor. Esta realização implicou na instituição de um regime monárquico.

Napoleão Bonaparte

O Império ( 1804 a 1814 )

A opinião pública foi mobilizada pelos apoiadores de Napoleão, que levou à aprovação para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em 1804, a nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o regime monárquico foi reinstituído na França, e Napoleão foi indicado para ocupar o trono.

Em 2 de dezembro de 1804  Napoleão I se coroou como novo imperador da França, logo após também coroou sua esposa, a imperatriz Josefina. O Império Francês atingiu sua extensão máxima neste período, em torno de 1812, com quase toda Europa Ocidental e grande parte da Oriental ocupadas, possuindo 150 departamentos, com 50 milhões de habitantes, quase um terço da população européia da época.

Expansão territorial militar

Neste período, Napoleão realizou uma série de batalhas para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês aumentou o seu número de armas e combatentes, e tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.

Pensando que a expansão e crescimento econômico e militar da França era uma ameaça à Inglaterra, os diplomatas ingleses formaram coligações internacionais para se opor ao novo governo francês e ao seu expansionismo. A primeira coligação formada para deter os franceses era formada pela Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia.

Bloqueio Continental

Na busca de outras maneiras para derrotar ou enfraquecer os ingleses, o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, onde Napoleão determinava que todos países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo as exportações do país e causando uma crise industrial. Um problema que afetou muitos países que participaram do Bloqueio era que a Inglaterra, que já havia passado pela Revolução Industrial, estava com uma consolidada produção de produtos industriais, e muitos países europeus ainda não possuíam produção industrial própria, e dependiam da Inglaterra para importar este tipo de produto, em troca de produtos agrícolas.

Batalha de Trafalgar ( Vitória naval inglesa sobre franceses e espanóis ).

Derrota francesa na Rússia

Em 1812, a aliança franco-russa é quebrada pelo czar Alexandre, que rompe o bloqueio contra os ingleses. Napoleão empreende então a campanha contra a Rússia, a invasão não ocorre como Napoleão previu, os russos recuaram e não combateram os franceses. Com a chegada do inverno os franceses mal preparados para o intenso frio russo, foram obrigados retornar a França, dos 600 mil soldados franceses que iniciaram a marcha até a Rússia, somente 90 mil retornaram a França.Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos tomaram Paris e capturaram Napoleão enviando-o para a Ilha de Elba. O trono francês foi entregue a Luís XVII. 

Derrota na França.

O Governo dos Cem dias ( 1815 )

 Em 1815 Napoleão foge da ilha de Elba e desembarca na França com um Exército e reconquista o poder. Inicia então o Governo dos Cem Dias, a Europa volta a unir-se para combater Napoleão,ele invade a Bélgica em junho de 1815, mas é derrotado por uma coligação anglo-prussiana na Batalha de Waterllo e é retirado do poder novamente, pondo fim ao Império Napoleônico. Napoleão foi preso e então exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena, de onde nunca mais sairia.